"Rio - Uma viagem pela Avenida Central, atual Rio Branco, ligando a Praça Mauá até o extinto Palácio Monroe (antigo Senado), no Castelo, em 1908, marcou o primeiro serviço de ônibus do Brasil e da América do Sul. Cem anos depois, empresários, passageiros e colecionadores preparam exposições, lançamento de livros, selos e até a criação de museu para preservar a memória do transporte urbano no Rio.
A Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor) planeja a construção de uma réplica em tamanho natural do primeiro modelo, um Daimler, de fabricação inglesa, para o Congresso e Feira de Transportes, em novembro, na Marina da Glória. O pioneiro na capital transportava até 20 pessoas ao preço de 40 réis. O serviço foi implantado pelo empresário Otávio da Rocha Miranda, através de uma concessão dada pela prefeitura. Além das viagens no Centro, os carros levavam passageiros até a Praia Vermelha, onde acontecia uma exposição em comemoração aos 100 anos da abertura dos portos por D. João.
“Queremos criar um centro de documentação dos transportes com arquivos virtuais, documentos históricos e peças da época para que a população conheça a História do Rio de Janeiro através da evolução dos transportes”, diz o diretor de Marketing da Fetranspor, João Augusto Monteiro. O local previsto é na Marechal Câmara, perto da Santa Casa, onde funcionou a antiga instalação do Sindicato das Empresas de Ônibus do Município (Rio Ônibus).
Dono de um museu particular, o empresário e colecionador Eurico Galhardi reuniu nos últimos 40 anos 6.156 peças, entre medalhas, fotos, fichas de ônibus, livros e porcelanas. Só de réplicas, são 2.020 miniaturas que contam a História do ônibus no Brasil e no mundo. “Sonho conseguir um espaço, em terminal de ônibus, e compartilhar minha coleção com crianças e idosos”, conta Galhardi. Enquanto o desejo não se realiza, fãs de ônibus, os busólogos, podem consultar o site (
www.museudantu.org.br).
O empresário, que é dono da Viação Vila Real, conta que em 1908 a frota do Rio de Janeiro era composta de sete carros que transportavam cerca de 1.400 passageiros. Os cobradores usavam túnica e calça cinza, boné e gravata. Por isso eram chamados de pardais. Depois surgem os leões, apelido dados a eles porque vestiam uniforme na cor bege.
Hoje, são 12 mil ônibus na Região Metropolitana, que levam 3 milhões de passageiros por dia ou 1 bilhão por ano. No ano do centenário, um impasse tomou conta da licitação do serviço. A quatro meses das eleições, a concessão pode ser prorrogada por vereadores, novamente."
Fonte:
O dia on-line - 1/6/2008 01:22:00
